Tributo a Fernando Maurício

Letra de José Fernandes Castro
Música de José António Silva *fado bacalhau*
Repertório de Ricardo Neto
Este poema nasceu como tributo a Ary dos Santos


Passos calmos, passos certos
Braços firmes e abertos
Rosto sorrindo ao futuro
Vida entregue à lei da vida
Verdade escrita e sentida
Amassando o pão que é duro

Sofreu as horas penadas
Rompeu pelas madrugadas 
Calou fundo o país novo
Abriu as portas fechadas
Cantou as vozes caladas 
Viveu p’ra se dar ao povo

Foi aquilo que quis ser
Na sua força de ter 
Uma rosa em cada mão
Limitou a sua vida
Por uma causa sofrida
Em defesa da razão

O silêncio foi a lei
Que calou a voz do rei 
Dos sentidos sempre alerta
Ficou a sua coragem
Ao partir nessa viagem 
Triste e sem morada certa

E as suas mãos, mãos de dar
Acabaram por ficar 
Cerradas, frias e sós
O seu nome vai ficar
Gravado, a representar 
Um símbolo p’ra todos nós