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Lei do fado, do amor e da vida

Letra de 
José Fernandes Castro 
Música de Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Catarina Dionísio *ao vivo


Perguntei ao fado amigo
Porque lhe chamam antigo
Mais antigo que a saudade
O fado disse: sou jovem
E os sonhos que então me movem
São todos da minha idade

Antigo é não ter noção
De que a voz do coração / É um hino intemporal
Lei do fado é lei cumprida
Lei do amor é lei da vida / Lei do tempo é transversal

Antigo nunca serei
Pois sempre caminharei / À frente do meu destino
Quem quer estar a meu lado
Tem de se manter ligado / Ao sonho mais genuíno

https://www.youtube.com/watch?v=7gnOlwh29Cc

Maldita dor

Letra de José Fernandes Castro
Música de André Teixeira *fado guilherme*
Repertório de Leonor Santos


Ó maldita dor
Que marcas presença
Trazendo a amargura v
iolentamente
Causadora-mor 
Da dor mais intensa
Que deixas escura a
 alma da gente

Sabemos que tens a vil crueldade
Usada a destempo de forma mordaz
E sempre que vens roubar felicidade
Trazes o tormento que tanto mal faz

Oh maldita dor, vai-te lá embora
E deixa comigo a minha verdade
Eu quero supor que a alma só chora
Porque tem consigo a luz da saudade

A alma dos poetas

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Lino Lobão
Repertório de João Robalinho



Poetas trazem sopros de saudade
No sol da felicidade e do prazer
Nas veias, trazem sonhos de verdade
Marcando o seu direito de viver


Nas mãos, trazem sementes de ternura
Fazendo germinar o pensamento
Na boca, trazem frases de doçura
E vão adocicando a lei do tempo

No peito magoado pela vida
Escondem o pulsar da solidão
E buscam a tal vida prometida
Nos dias decretados p’la paixão

Percorrem com amor e com coragem
As ruas do mistério natural
E fazem da poesia, uma viagem
Ao mundo do prazer celestial

Meu Fado de hoje e de sempre

Letra de José Fernandes Castro e Mónica Costa
Música de Raúl Portela (fado magala)
Repertório de Leonor Santos


Com a voz que Deus me deu
Eu canto de olhar fechado
Guitarras são o meu céu
Sopro profundo do fado

Enquanto o meu xaile dança / Minha alma esquece tudo
Eu pareço uma criança / De coração tão desnudo

Canto e choro de contente / Enquanto o xaile bailar
Dou-me toda inteiramente / O meu é destino cantar

Fado de ontem, fado de hoje / Redenção e alento puro
Enquanto o tempo não foge / Faço valer o futuro

Com a voz que Deus me deu / Eu canto de olhar cerrado
Ao dar aquilo que é meu / Sinto bem que sou do fado

https://www.youtube.com/watch?v=68X_4YbeqQ0

Intenso

Letra de José Fernandes Castro
Música de Armandinho *alexandrino*
Repertório de João Robalinho



Amar-te pode ser acordar em sorriso
Ter o mundo ao dispor e dele desfrutar
Amar-te pode ser chegar ao paraiso
Numa nuvem d'amor e nele pernoitar

Amar-te pode ser o princípio de tudo
Na hora da partida e também da chegada
Amor que teimas ser o meu grito tão mudo
Amar-te pode ser a noite e madrugada

Amar-te pode ser alcançar o futuro
No instante maior da nossa liberdade
Amar-te é perceber o código mais puro
Duma troca d'amor em pura felicidade

Meu Alentejo fadista

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Cavalheiro Júnior *fado porto*
Repertório de Fábio Frieza



Meu Alentejo fadista
De beleza inquietante
Para quem te sabe ver
O teu perfil intimista
Tem a cor insinuante
Da mais bonita mulher

O teu sol acolhedor
Cheio de brilho e de cor / Tem sempre um calor real
E quando a noite acontece
O teu luar nos parece / Um poema natural

Meu Alentejo, meu berço
Eu apenas me conheço / Quando te canto num fado
Ao compasso da saudade
Eu quero que a tua idade / Seja um poema encantado

O jogo do tempo

Letra de José Fernandes Castro
Música de Alfredo Duarte *fado cravo
Repertório de Mário Moreira *ao vivo*


No silêncio mais profundo
Quando a noite é lei do mundo
E o mundo não se conhece
Cada um tem o seu fado
Feito d’amor e pecado
Aonde a alma se aquece

Nesse mundo em solidão
Tudo nos dá a impressão / De que o tempo é só um jogo
Mistificam-se verdades
Enfeitando as realidades / Com versos de mel e fogo

Cada suspiro é um grito
Enviado ao infinito / Nas melodias da voz
Porque em cada melodia
Há sempre a doce magia / Do mundo que somos nós

Poeta maior

Letra de José Fernandes Castro
Música de Daniel Gouveia
Repertório de Daniel Gouveia


Quando te entregas
Em poemas de alma cheia
A tua voz incendeia
Todas as vozes do fado
Cumprindo regras
Que são como mandamentos
Envolves os sentimentos
No mais perfeito bailado

Bailado imenso / Nos palcos que a vida tem
Com a cadência de quem / Morre e nasce em sedução
E é tão intenso / O poema intemporal
Que as dores de bem e mal / Andam sempre mão na mão

Rompendo almas / Como quem rompe caminhos
Vais transformado os espinhos / Em rosas de rubra cor
Assim acalmas / O pranto que te nasceu
Quando Deus te concedeu / Esse talento maior

Um pedido à saudade

Letra de José Fernandes Castro
Música de Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Miguel Bandeirinha


Saudade, escuta este fado
Que sempre canto a pensar
Na chama que tens acesa
Por ti cometo o pecado
De pôr a alma a chorar
Ao compasso da tristeza

Não sou em nada dif'rente
De quem sente bem o peso / Que tens, na alma do tempo
Sou fruto dum acidente
Do qual escapei ileso / Mas ferido cá por dentro

Um acidente de amor
Que marcou a minha vida / E matou a felicidade
Por isso, faz-me um favor
Deixa-me d'alma ferida / E vai-te embora saudade

https://www.youtube.com/watch?v=rz7wKDx7BSY

Esta saudade

Letra de José Fernandes Castro
Música de Raúl Ferrão *fado Alcântara*
Repertório de Alzira Afonso


Esta saudade que me lembra um cais desfeito
Pulsa-me dentro do peito, constantemente
Esta saudade que decerto me faz bem
São recordações de alguém (que amei) perdidamente

Põe-me na voz um verso falando em nós
Que vai correndo veloz pela garganta
Na minha alma trago um amor de raiz
Que só sabe ser feliz quando te canta

Há lua cheia 
No fogo da minha ideia
Que felizmente incendeia o
 meu passado
Sinto desejo 
De sufocar-te num beijo
Porque apenas me revejo contigo ao lado
No meu sonho 
Há versos que não componho
Que vão tornando tristonho o meu cantar
Ai amor que me dás tempestade
Na felicidade que tens para dar


Esta saudade vale o mesmo que um poema
Pois tem a marca suprema do sentimento
E na verdade, traduz com realidade
A nostalgia que invade o meu lamento

Saudade amiga, deixa-te estar onde estás
Porque só tu és capaz de me dar cor
Esta cantiga de prazer descontrolado
É apenas mais um fado cantando o amor


https://www.youtube.com/watch?v=xV_voCCiTvo

Este dom


Letra de José Fernandes Castro 
Música de Alfredo Duarte *fado mocita dos caracóis*
Repertório de Miguel Bandeirinha


Este dom que em mim nasceu
Vou reparti-lo por vós
Sendo meu, não é só meu
É alma de todos nós
Este dom que em mim nasceu

Neste meu peito fadista / Bate um coração de povo
Pela sede de conquista / Gravei um poema novo
Neste meu peito fadista

Vou pelas ruas do fado / Cantarolar minha dor
Mesmo de sonho amarrado / Em busca dum novo amor
Vou pelas ruas do fado

Ao compasso da saudade / Canto o que alguém escreveu
P’ra ser feliz, não é tarde / Pois tenho por felicidade
Este dom que em mim nasceu

https://www.youtube.com/watch?v=TvoNOhX9kCE

Setembro

Letra de José Fernandes Castro
Música de Fontes Rocha
Repertório do autor



Setembro tem encantos de luar
E tem mais movimento e mais calor
Setembro tem até para me dar
Um dia, em que o céu muda de cor

Setembro tem aromas de prazer
Que dão outro perfume à minha idade
E tem a côr dum lindo amanhecer
Que brilha, com maior intensidade

Setembro tem um verso bem amado
Escrito p’lo fulgor dum só poema
Não há nada melhor que a voz do fado
P’ra dar mais realidade a este tema

Setembro tem o mundo à sua frente
E tem a felicidade à sua espera
Setembro tem um brilho diferente
Setembro para mim é primavera

Marta









*Minha filha, meu poema*
*Alma da minha verdade*
*Minha inspiração suprema*
*Minha doce felicidade*



Ventos

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Alfredo Duarte *fado bailado*
Repertório de Fernando Jacob (ao vivo)


Não tenho como escolher
Entre quem fui e quem sou
Aceito o que a vida der
E por bem me conhecer
Sei bem para onde vou

Vou para onde me leva / O pensamento que tenho
Pensamento que navega / Neste mar aonde a treva
Muda sempre de tamanho

Treva menor quando rio / Fica maior se padeço
Minha alma em desvario / Dá-se por inteiro ao frio
Dos ventos que desconheço

Esqueço o mal que m'invade / E refaço-me de novo
Guiado pela saudade / Vagueio pela cidade
Onde sou alma de povo

Proa de cacilheiro

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Georgino de Sousa
Repertório de José Rasgadinho (ao vivo)


Na proa do cacilheiro
Viajam acomodadas
As gaivotas da cidade
Lembrando ao bom marinheiro
Que as águas ficam salgadas
Sempre que chora a saudade

Da proa podemos ver
O pôr-do-sol a nascer / Do jeito mais natural
Pôr-do-sol que sempre traz
O doce clarão da paz / Dando luz a Portugal

Cacilheiros são a história
Dum tempo feito glória / Que na memória ficou
Sopros dum tempo passado
Em que pela voz do fado / Portugal se transformou

A história das penas

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Filipe Pinto *fado meia-noite* 
Repertório de Silva Machado (ao vivo)


Grandes ou muito pequenas
Pesadas ou muito leves
Tenho pena dessas penas
Quer sejam longas ou breves

São penas que vão marcando / O coração das pessoas
Todas elas magoando / Porque não há penas boas

Cada pena tem história / De ciúme ou de paixão
Só é pena que a memória / Tenha penas sem razão

E quando a vida terrena / Der a missão por cumprida
Decerto vou sentir pena / Das penas que tem a vida

https://www.youtube.com/watch?v=Rf435Ay0Ojc

Raminho de paixão

Letra de José Fernandes Castro
Música de Samuel Cabral
Repertório do autor


Meu raminho de oliveira
Estrela em forma de gente
Minha flor de laranjeira
Meu clarão incandescente;
És a minha vida inteira
Meu futuro, meu presente

Minha luz celestial / Minha promessa cumprida
Poema tão natural / Como as coisas desta vida
Meu pecado original
Minha paixão prometida

Meu guardião do futuro / Neste futuro risonho
Meu porto mais que seguro / Meu amor p’ra lá do sonho
És rima que não descuro
Nos versos que te componho

Meu luar mais que bendito / Meu cravo purificado
Minha luz, meu infinito / Meu sorriso imaculado
Minha esperança, meu grito
Minha certeza, meu fado


 


Minha filha, meu poema / ... /Alma da minha verdade

Minha inspiração suprema / ... / Minha doce felicidade.

O meu livro


TUDO FIZ PARA AGRADAR / “ESSES FORAM MEUS PLANOS”
AO DECIDIR COMPILAR / SUSPIROS DE TANTOS ANOS

SE ACASO NÃO CONSEGUI / POR SER UMA ALMA POBRE
LAMENTO... NÃO SER O ARY / NEM O ANTERO, NEM O NOBRE


NEM BOCAGE, NEM PESSOA / NEM EUGÉNIO E OUTROS MAIS
POETAS QUE O POVO ENTOA / POR SEREM INTEMPORAIS

EMBORA SEJA MENOR / ESTA DIMENSÃO QUE TENHO
FOI PELA VOZ DO AMOR / QUE DEI COR AO MEU TAMANHO


E COM A ALMA NA VOZ / E O FADO NO CORAÇÃO
DESATO CONVOSCO OS NÓS / QUE DÃO COR À EMOÇÃO

ESTA SAUDÁVEL MEMÓRIA / QUE ESTE LIVRO REPRESENTA
NÃO MUDARÁ A HISTÓRIA / DUM POVO QUE SE ALIMENTA
NA SABOROSA GLÓRIA / DESTA CULTURA CINZENTA

Obrigado por gostarem de mim!

Ciganita mulher

Letra de José Fernandes Castro
Música de Carlos da Maia *fado perseguição*
Manuel Salé (ao vivo)


Ciganita d’olhar puro
Que lês na palma da mão
O futuro das manhãs
Acautela o teu futuro
Para que teu coração
Não sofra promessas vãs

Ciganita, tem cuidado
Porque nos sopros da alma / A tempestade é atroz
Cada um tem o seu fado
E a alma não se acalma / Quando não lhe damos voz

Tens contigo a singeleza
E o dom de adivinhar / As paixões de quem se quer
Porém não tens, concerteza
Alguém, a quem dedicar / Os teus sonhos de mulher

E lá vais de rua em rua
Buscando linhas da mão / Como quem busca verdade
Ciganita continua
Em busca duma paixão / Que te dê felicidade

https://www.youtube.com/watch?v=NnGo2SOp3wk

Minha irmã poesia

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Georgino de Sousa *fado georgino*
Jorge Carlos (ao vivo) 


Não há muros de silêncio
Nem há solidão perdida 
Quando a saudade tem fim
O dilema tão intenso
Da rima desconhecida
Pulsa bem dentro de mim

Não sei rimar felicidade
Sem que teu nome apareça / Na luz do meu pensamento
Nem sem rimar liberdade
Sem que o amor entristeça / Do jeito mais violento

Não sei rimar primavera
Sem que teu formoso rosto / Tenha brilhos matinais
Nos tempos da minha espera
Há sempre um luar d’agosto / Que não se vislumbra mais

Não sei rimar melodia
Sem que a voz com que me falas / Tenha um sonho embalador
Ai… minha irmã poesia
Vê lá se nunca te calas / E me dás sonhos d’amor

*ETERNA SAUDADE do JORGE*

https://www.youtube.com/watch?v=uUgYSQ81hHg

O xaile da mamã dela

Letra de José Fernandes Castro
Música Popular (fado menor)
Repertório de José Luís Mendonça 


O xaile da mamã dela 
Que tinha sido d’avó
Está tão velho e tão fatela 
Parece um pano do pó

Diz meu filho a toda a hora / Com uma certa piada
Ó pai, deita o xaile fora / Porque não presta p’ra nada

Com as franjas numa fôna / E cheiinhas de cotão
É conhecido na zona / P’lo xaile do cotão bom

Essa relíquia lá anda / P’los quatro cantos da casa
Cheira a môfo que tresanda / E põe-me os nervos em brasa

A ambição redentora / Que a minh’alma ambiciona
É mandar o xaile embora / Juntamente com a dona

Jangada de fado

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Pedro Rodrigues
Manuel Delindro (ao vivo) 


Parti num sonho perfeito
Levando a bater no peito 
Um coração sonhador
Qual marujo apaixonado
Numa jangada de fado 
Desbravei o mar do amor

Suportei ventos de sul
Num mar coberto de azul / Com ondas de tempestade
Busquei a ilha da sorte
Tentando encontrar o norte / Da minha felicidade

Velejando, velejando
Aos poucos fui conquistando / O meu espaço no mar
Até que por fim, cheguei
À ilha que procurei / Onde sempre quis morar

A ilha estava deserta
Mas vi, numa carta aberta / Um manuscrito enrolado
Era uma mensagem tua
Dizendo: amor continua / Tens de cumprir o teu fado

https://www.youtube.com/watch?v=gIMVUTQqOI8

Romagem de saudade

Letra de José Fernandes Castro
Música de Miguel Ramos*fado alberto*
Manuel Salé (ao vivo) 


Em romagem de dor e de saudade
Fui visitar a casa onde nasci
O lar onde vivi com humildade
O tempo que me fez chegar aqui

Os vidros das janelas, já quebrados
E a porta já com traços de tristeza
Ali, eu vi, partido em mil bocados
Um sonho, pouco mais que uma incerteza

Ao lado, o velhinho balancé
Qual jóia de museu, qual velharia
Aonde o meu avô, o velho Zé
Me dava bons momentos de alegria

No canto juvenil da minha história
Revi a minha bola companheira
Então senti que o fogo da memória
Me vai acompanhar a vida inteira

Baile dos sentidos


Letra de José Fernandes Castro
Música de Raúl Portela *fado magala*
Maria da Glória (ao vivo)
 


Quem puder amar que ame 
Mas que ame intensamente
E quem puder, reclame 
Uma vida diferente

Quem puder beijar que beije / 
Mas que beije por amor
E ao desejar que deseje / Um beijo muito maior

Quem quiser dançar que dance / Mas que dance com prazer
Que o corpo nunca se canse / De mexer e remexer

Quem puder cantar que cante / Com ritmo compassado
Para que a alma se espante / Com a magia do fado

A nobreza da alma

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Armando Machado *fado lourdes*
Repertório de Bruno Alves
 


Ao fado só não dou o que não tenho
Ao fado só não vou quando não posso
O meu amor não tem nada d'estranho
Estranho é não gostar do que é tão nosso

Estranho é não sentir a pulsação
Da alma que traduz maior nobreza
Estranho é não ouvir o coração
Cantar do mesmo jeito como reza

Estranho é não gostar de poesia
Nem tentar perceber donde ela vem
Estranho é confundir o mal e o bem
Condenando o amor à revelia

Se o fado tem o doce desempenho
Do sonho que nasceu para ser nosso
Ao fado só não vou quando não posso
Ao fado só não dou o que não tenho
 

A marca do meu fado

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Custódio Castelo
José Ferreira (ao vivo) 



A marca do meu fado é esta dor
Que teima em revelar-se lentamente
E quase faz morrer um grande amor
Que quero conservar eternamente

A marca do meu fado é a saudade
Que tenho, dos momentos que vivi
O fogo dum amor já muito tarde
É chama que só arde para ti

A marca do meu fado é a tristeza
Que sinto, porque estás longe de mim
Agora, meu amor, tenho a certeza
Que tudo tem princípio meio e fim

Agora neste fado em solidão
Procuro a redenção do meu pecado
Na dor deste poema de paixão
Encontro sempre a marca do teu fado

Fragilidades

Letra de José Fernandes Castro
Música de Acácio Gomes *fado acácio*
Manuela Nobr
e (ao vivo) 


São tão frágeis os sentidos
De quem tem a alma acesa 
Por desejos traiçoeiros
Que até os sonhos perdidos
Se confundem na certeza
De não serem verdadeiros

Frágeis como a voz que tenho
E ao fado toda se entrega / Sem que o fado dê por isso
Talvez porque o meu empenho
Tenha como simples regra / Beber do fado o feitiço

São poucos e são tão loucos
Os sonhos de quem não tem / Espaço na lei do amor
Mesmo assim loucos e poucos
Nos sonhos há sempre alguém / A quem dar amor maior

Minha filha, meu verso

Letra de José Fernandes Castro 
Música de Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Manuel Barbosa 



Minha filha, meu verso tão amado
Minha razão de vida preenchida
Inspiração suprema do meu fado
Valor que valoriza a minha vida

Na paz do teu sorriso encantador
Eu sinto renascer um novo dia
No meu jardim és tu a linda flor
Exalando perfume de magia

O teu olhar de musa deslumbrada
Desperta o encantamento do amor
E a tua pequenez tão perfumada
É o meu maior poema de louvor

Em cada beijo teu, respiro vida
Por ti, serei poeta compensado
Minha razão de vida preenchida
Minha filha, meu verso tão amado


http://www.youtube.com/watch?v=yDalSwJxd14&feature=youtu.be

A linguagem do amor

Poema de José Fernandes Castro
Declamado por Americo Pereira


Quando as palavras são poucas
Para decifrar desejos
Existem as nossas bocas
Que beijando como loucas
Falam através dos beijos

Quando a força dos abraços / Não nos faz sofrer de dor
Estreitando nossos laços / Damos passos e mais passos 
Na estrada do amor

Quando não há brancas rosas / No nosso amor sem idade
Nas nossas mãos carinhosas / Meigas e silenciosas
Há aromas de verdade

E quando estivermos sós / Numa distância maior
Através da minha voz / Inventarei para nós
A linguagem do amor